quinta-feira, 19 de agosto de 2010


PAPARAZZOS OU ABUTRES: 
A Tragédia e o Sensacionalismo no assassinato Mércia Nakashima e Eliza Samudio
Se eu pudesse dar forma concreta a minha revolta neste instante você seria mais uma vítima da maldade que habita os seres, ditos humanos. A cada dia vejo que a vida e o próprio homem, foram banalizados em sua concepção de vida, quando se analisa a Ser, o Ter e o Pertencer. O que ontem seria algo inconcebível,  uma tragédia que todos fugiam de seu cenário; hoje é tudo normal e as cenas são disputadas pelas câmaras fotográficas e filmadoras, sobem em muros, árvores, prédios, buscando o melhor angulo para ter as melhores imagens e expor na mídia em primeira mão, as execuções que ocorrem nas ruas, nos morros, nas mansões e nos lares comuns, tudo filmado e exibido por telejornais sensacionalistas; sentimentos e intimidades agora são postados na grande rede de computadores, sem censura ou cortes, como aquarelas que exibem em cores, a decadência dos sentimentos humanos.
As tragédias são cenas de uma novela real, que de forma sensacionalista, exploram a curiosidade e a sede de sangue, do ser, que a cada dia torna-se insaciável, pelos conflitos conjugais, a violência das ruas e as vidas nuas dos artistas e das autoridades, pondo fim à privacidade de inocentes e culpados.
Isso não será corrigido nunca, mesmo que você se corrija desta  tragédia de insensibilidade, que a cada dia nos mata um pouco , quando vejo a volta do cenário trágico, as pessoas se aglomerando feito abutres na carniça; a cada cena vão de forma imperceptível,  perdendo a sensibilidade, o sentimentalismo que difere o Indivíduo de todos os outros seres viventes, por sermos a espécie humana. Estamos perdendo a capacidade humana. O homem está se tornando um bicho, o que se torna uma ofensa para os irracionais.
Os atos, pensamentos e palavras que nos diferenciavam, já não têm mais a essência das diferenças;  quando as atitudes praticadas por uns, acham apoio nos que dão continuidade à divulgação de fatos e fotos tão lamentáveis como as fotos do corpo esfacelado, da advogada Mércia, divulgadas na internet.
Multiplicam-se o ato, por vezes isolado,  em milhares de milhares, tornando cúmplices destas barbaridades, todos que se associarão a divulgação deste triste quadro. Não é isso apenas um desrespeito aos sentimentos e a dor dos familiares, os únicos a sofrerem com este ato vil?
Esses que buscam o sensacionalismo nas tragédias que envolvem
 o SER humano, levam em si parte da culpa dos crimes bárbaros, quando ajudam propagar cenas que matam a sensibilidade humana.
As pessoas deveriam colocar-se no rosto, no corpo até mesmo na alma das vítimas inocentes, assassinadas;  vê-se em tais fotos e fatos, a imagem de um seu ente-querido, esfacelado, cortado, injustamente morto. Somente quando assumimos o lugar do outro, é que temos uma leve noção de sua dor; das consequências e dos traumas que uma tragédia gera. Vidas são marcadas por toda sua existência; a vida jamais será a mesma e o sofrimento nunca terá fim.
Também esta circulando na internet as fotos dos atletas “casos” de Eliza e suas fotos pornográficas. Não cabe aqui avaliar sua opção de vida, mas sim a forma desumana como fora assassinada. O goleiro Bruno desgraçou sua vida e a consequência será sua grande pena. Certamente se tivessem encontrado os restos mortais da Eliza, esses mesmos abutres as teriam expostas na rede, em anglos variados.
Quem são os criminosos que publicam tais fotos? Que contribuem para que se acabe com o pouco de dignidade e sentimento que restam nas pessoas?
A cada dia as pessoas se tornam mais curiosas e  atraídas por cenas trágicas; as tragédias tão reais já não passam de cenas de telenovelas filmadas no dia a dia!  Os fatos nos levam a suspeitar dos repórteres policiais, dos jornalistas que vivem a caça de tragédias, para saciar o instinto animal dos que dão crédito a este tipo de jornalismo.
Pelo visto muitos ainda vivem os espetáculos das arenas romanas, dos enforcamentos e fuzilamentos em praças públicas, nos fazendo crer que em nada evoluímos como seres humanos. Privilegiados pela tecnologia da foto digital e dos chips; cenas são postadas na internet em tempo real: Mulheres se atracam na defesa de seus machos, assaltos ao vivo. cenas de bang bang, execuções e rinhas humana ON LINE, assistidas no  conforto dos lares alimenta as almas sedentes de sangue, tragédias exibidas no "reality show" da televisão.
No momento o destaque é para os vilões: o ex-goleiro do Flamengo (meu time), seus comparsas e para o advogado Mizael; enquanto o público se deleita com as fotos dos corpos dilaceradas das vitimas. Duas das milhares de mulheres indefesas: Mércia e Eliza são agora números a mais na estatística da impunidade, que se soma a ineficiência das leis, que mais uma vez impõe à vítima a pena de impunidade, agora sob a forma da lei;  quanto aos réus concedidos privilégios,  sob austera vigilância de grupos que se denominam "Direitos Humanos".
Quando o meu pai faleceu em 1992 eu não fui ao seu sepultamento e um dos motivos foi por querer guardar em minha memória sua imagem viva e até hoje fecho os olhos e vejo-o sorrindo diante de mim e nunca o vi morto. É assim que as famílias querem guardar a imagem de seus pais, filhos e mesmo dos grandes amigos.
Eu gostaria que assim fosse feito com as pessoas que se tornam vítimas da crueldade humana;  que você não seja mais um a associar-se a barbaridade desses crimes e em respeito aos familiares NÃO REPASSE ESSES EMAIL´S, que tira a cada dia, o pouco da humanidade que ainda temos.  Não deixe que você também se torne uma vitima da violência.
Quanto aos autores de tais tragédias,  não espere na justiça humana a pena capaz de quitar o seu delito. Elas jamais se apagarão da mente dos familiares, mesmo que haja uma condenação; "Os Direitos Humanos, a Progressão de Pena" e tantos outros benefícios concedidos aos assassinos; enquanto vítimas de seqüestro seguido de morte; crianças abusadas e mortas; vitimas da mente doentia de certos amantes são exploradas pela mídia em todos os sentidos, justo pelo ibope das audiências e os aplausos da platéia que somos. A LEI se manterá inoperante, enquanto conceder privilégios aos criminosos, tornando a vida, um ato banal.
Continuaremos a beber o cálice amargo da impunidade.  Eles réus acabam por não terem punição judicial. Que pena teve Pimenta Neves, que em 2006 matou a  jornalista Sandra Gomide? O homem da imprensa nacional acabou premiado pela sua posição social e financeira.
Nossa LEI discrimina, quando pune apenas os fracos e os desvalidos de recursos financeiros; favorece com prisão domiciliar, cela especial, redução de penas, indulto e o "escambau"! Verdadeiramente quem é punido é a vítima e aqueles que se tornam privados de sua presença.  Se a consciência desses assassinos não lhes servirem de carrasco, só a mão de Deus fará justiça, pois a nossa LEI é uma "bosta" revestidas de togas pretas.
OS ASSASSINOS TÊM EM SUAS MÃOS A SENTENÇA DE QUEM VIVE E QUEM VAI MORRER, enquanto a hipocrisia do Orgão que defende os direitos humanos protesta contra aprovação da PENA DE MORTE e PRISÃO PERPÉTUA, EXIGINDO acomodações em celas PROTEÇÃO, quando não deveriam ter privilégio algum, os assassinos, estrupadores e pedófilos, já que político neste país não vai para cadeia, com exceção do Governador do Distrito Federal, um burro que serviu de bode expiatório.
É mais fácil punir um agressor de mulher da periferia, do que punir um assassino de mulher que tenha posição social e financeira. Aquele que pode pagar um advogado para livrá-lo da Lei, pela porta dos fundos dos tribunais que cada vez mais nos enche de vergonha e descrédito. Quem tem dinheiro e poder neste País, compra a LEI.
Espero que o Goleiro Bruno e seus cúmplices sofram penas exemplares, pois a comoção da sociedade é quem por vezes leva a polícia e a lei se empenharem pela elucidação e aplicação da pena, em alguns casos. Neste aspecto, e somente neste,  são válidas as manifestações de apoio a dor dos familiares, também como resposta a banalização da vida.
Já não podemos assegurar a ação da justiça contra o advogado Misael, que desde o primeiro momento é o suspeito do crime e que a inoperante policia brasileira não soube vigiar os passos. Ele fugirá de novo, e de novo, e não o acharão,porque terá quantos HC desejar. Misael, advogado e ex-policial, conhece o submundo da corporação e como advogado, conhece os subterrâneos da LEI.
Foi também um assassinato bárbaro o da menina Eliza Samudio, foram vítimas do mesmo perfil de assassino fardado. Claudio Aparecido. O  militar expulso da corporação mineira, que mesmo depois de expulso, continuou merecendo a confiança de seus superiores, por quem foi condecorado.  Imaginem esse bárbaro assassino, vulgo "Bola", especializado  em desaparecer com os corpos de suas vítimas, cortando-os e dando aos seus cães famintos ou misturando no concreto de sua construção... o que podemos esperar da Elite Militar mineira, cujos comandantes permaneceram fieis ao Bandido. É para rir ou chorar?
Essa mesma policia não agiu em seu serviço secreto de investigação e deixou que esse animal em forma humana, chamado Misael, também discípulos do judiciário brasileiro, desse um passo importante para se beneficiar do privilégio que hoje goza Pimenta Neves e certamente será mais um que irá responder pelo  crime em plena liberdade. Em quanto tempo a justiça concluí um processo? Só os que dela esperam uma sentença sabem, que às vezes passa uma vida e nada acontece.
Quem sabe manipular a lei anda com destreza por seus caminhos sujos sem se esbarrar nas armadilhas que condenam os tolos. É o que acaba de acontecer com o tetra governador de Brasília, Joaquim Roriz, que teve um de seus processos caducado e agora é beneficiado por ser maior de 70 anos, como se os canalhas não envelhecessem, além de ter limpa sua ficha pregressa, depois que aprovaram o Projeto da tal Ficha Limpa com as emendas escapatórias devidas.
Este é o retrato da Justiça, da polícia e da política, desacreditados  em sua maioria. Quadrilhas fardadas, quadrilhas de toga preta, quadrilhas de terno e gravatas subindo e descendo as rampas dos palácios executivos e legislativos e correndo na paralela o povo, que a cada pleito mais e mais se corrompe e se associa a esses fatos deprimentes, quando ajuda a divulgar fotos e fatos das vítimas dilaceradas por crimes tão bárbaros.
Quantas Mércias e quantas Elizas são surradas e assassinadas por dia? Centenas de centenas, neste País de impunidades, de justiça com pesos e medidas diferenciadas; neste País onde as autoridades e magistrados, se tornam parte das organizações criminosas e a LEI, desde sua concepção, é levada para que os Honoráveis Bandidos da Pátria elaborem as rotas de fugas que lhes tornarão LIMPOS.
PENA? CONDENAÇÃO? É A SENTENÇA PROFERIDA PELA CORTE E PELA SOCIEDADE, AS VÍTIMAS E SUAS PARENTELAS.

Flamarion Costa
Coordenação Informática
Faculdade Direito - UnB Brasília

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