A favor ou Contra
(ou, a ética é relativa?)
Eu sou contra qualquer tipo de agressão , mas diante da criminalidade que assola o mundo, eu mataria para defender os meus.
Eu roubaria, se tivesse fome e nenhuma condição de superá-la por meios institucionais.
Eu acho que o nacionalismo extremo é base para o fascismo, mas antes de ser cidadã universal, quero se cidadã do meu país.Este, também "cidadão" do mundo, respeitado, íntegro em sua identidade cultural.
Eu sou a favor da ONU, desde que ela seja de fato a organização das nações unidas.
Eu sou a favor do voto como um dos instrumentos básicos da democracia, mas anularia o meu, quando o seu uso se tornasse forma de colocar bandidos legislando em nome do povo.
Sou a favor do judiciário, mas que sejam justos os juízes.
E u sou a favor da lei, mas que esta acompanhe os passos da história sem perder de vista o humanismo.
Eu sou a favor da absoluta verdade dos Dez Mandamentos, mas que Deus me perdoe por não cumprí-los , pois as relações de relatividade ainda permeiam nossas leis, ações e atitudes.
Acho as fronteiras entre os homens, mesquinhas e limitadoras, mas antes, eu tenho que defender meu país, cobiça de muitas tocaias.
Além do mais, prometo a mim mesma perseguir a utopia da igualdade universal, da tolerância e da paz entre os povos, para que, no excessivo relativismo de princípios, não se barbarize a ética e que não banalizemos massacres de gerações inteiras em nome de meios perversos para alcançar fins que nunca chegam, espúrios e desumanos
E, ao fim e de pronto, eu amo o meu próximo, desde que ele aprenda, comigo, a exercitar a fraternidade.
Elane Tomich
[Psicóloga, escritora e poeta]
Concordo em gênero, número e grau.
ResponderExcluirUm artigo simples, mas que diz tudo!
De fato, uma boa leitura em tempos de valores destroçados.
Parabéns a autora, abraços e saudades Merij.
Jorge Luiz Rondelli- RJ